sexta-feira, 12 de junho de 2015

Riding the Bullet

Ontem apanhei o filme Riding the Bullet a dar e, como estava a começar, fiquei a ver. Na descrição da NOS, vi que tinha apenas 5.1 no imdb, mas também que parecia ser de terror, pelo que não desisti (os amantes, como eu, de terror de todos os tipos, sabem que alguns bons filmes do género estão terrivelmente classificados no imdb).

Trata-se da história de um rapaz que estuda longe de casa e atravessa alguns problemas sentimentais. No momento em que se está a preparar para saír de casa para passar um fim de semana fora, recebe uma chamada a informar de que a mãe tinha tido um AVC e que estava internada. Assim sendo, resolve apanhar boleia para chegar o mais depressa possível ao hospital para ver a mãe.

Depois de ver o filme fiquei com a sensação que das duas uma: ou o filme era muito parvo ou muito bom. Visto de uma forma literal, é uma confusão de coisas cuja integração nunca chega a ser explicada, no entanto, visto de um ponto de vista figurativo, parece que todas essas coisas são apenas aquelas dúvidas e medos e sentimentos de culpa injustificados que nos passam pela cabeça quando estamos mais deprimidos ou numa situação mais angustiante.
Isto dito assim, não ajuda muito, mas não quero incluir spoilers...

Hoje fui mesmo à página do imdb e a minha dúvida foi esclarecida: o filme é baseado num romance de Stephen King (que por acaso não conhecia). Facilmente, daí se conclui que a minha interpretação é a que estava correcta.

Para mim, está ali reflectido um desmembrar da mente humana absolutamente espectacular. Uma transição daquelas coisas todas todas que se passam na nossa cabeça (digam que é na nossa, para eu não ficar a achar que sou maluquinha) e que temos dificuldade, ou mesmo receio, de as exprimir em voz alta. Por exemplo, nunca vos acontece parar para atravessar numa passadeira e passar um carro a abrir e vocês ficarem com uma imagem na cabeça do que teria acontecido se tivessem atravessado sem parar? Nunca dão por vocês a discutir com vocês próprios mentalmente, a argumentar e contra argumentar? Nunca sentem uma necessidade estúpida de responder a questões que na verdade, nunca estaria nas vossas mãos uma escolha, mas vocês colocam-nas a vocês próprios de qualquer maneira e sentem-se culpados por "tomar uma decisão" que magoa alguém, no entanto tudo isto nunca tem qualquer relação com a realidade? Nunca convidaram ninguém para vossa casa e depois ficaram a pensar (ou a sentir, nem tenho bem a certeza), quando a pessoa saíu, que era horrível que tivesse um acidente a regressar, e que a culpa seria vossa? São estas (e mais algumas) situações que podemos ver retratadas de forma "exterior" ao protagonista neste filme.



Recomendo, com a nítida noção de que estou a recomendar um filme que não é para todos (daí o 5.1 no imdb), mas que para os que gostarem do género, pode ter sido um filme que passou ao lado e nunca deveria ter passado!


Mais logo vou receber um brinquedo novo, uma prenda de aniversário  muito  antecipada (só faço  anos em agosto) e  depois venho cá contar :) Se calhar já não vai é ser hoje porque  tenho um encontro marcado com sardinhas assadas, imperiais e música popular lá para os lados da minha terrinha... Alfama!






Boa noite de Santo António a todos! Ié-ié-ié!!! Alfama é que é!!!

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